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Dia do Orgulho LGBTQIAP+: como e por que trazer essa conversa para a escola?

28 de junho de 2024 Diversidade

No dia 28 de junho comemoramos o Dia do Orgulho LGBTQIAP+. Essa data celebra a diversidade sexual e de gênero, além de propor a reflexão pela luta por direitos e a igualdade de pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e outras identidades de gênero e orientações sexuais (LGBTQIAP+).

Mas por que esse dia 28 de junho? Essa data relembra o episódio conhecido como Revolta ou Rebelião de Stonewall, em Nova York, no ano de 1969, onde membros da comunidade LGBTQIAP+ se revoltaram contra a violência e a discriminação policial, marcando o início do movimento moderno pelos direitos LGBTQIAP+.

No ano seguinte, em 1970, iniciou-se a organização da 1ª parada do orgulho LGBTQIA + para relembrar o episódio. Desde então, esse evento ocorre anualmente em diversos países, inclusive no Brasil.

O dia do orgulho traz consigo algumas contribuições essenciais para a consolidação da luta por direitos e para a cidadania. Faz refletirmos como o verbo “conviver” pode ser mais adequado que o verbo “tolerar”, por pressupor estarmos todas as pessoas no mesmo espaço, sem assimetrias e sem desigualdades.

Pensando na educação, o dia do orgulho nos provoca também a trazer esse marco para a escola. Esse evento estar presente nos currículos pode ser importante para dar mais visibilidade para o conjunto de lutas por direitos civis, sociais e políticos no mundo e no Brasil. Além da relevância temática, estudar Stonewall e outras lutas da comunidade LGBTQIAP+ convida alunos e alunas, de todas as orientações sexuais e identidades de gênero, a acolherem as perspectivas e dificuldades enfrentadas pelas pessoas que fazem parte da comunidade, promovendo um ambiente escolar mais empático e inclusivo. Junto a isso, dentro do que se espera de uma escola capaz de desenvolver o senso crítico, aprender sobre eventos dessa natureza, incentiva o questionamento, a desconstrução e a desnaturalização de preconceitos, vitais para uma vida democrática caracterizada pela diversidade.

Dessa forma, a importância do Dia do Orgulho LGBTQIAP+ está em reconhecer e acolher a existência das pessoas que fazem parte dessa comunidade, exercitando respeito, aceitação e direitos iguais. Além de exaltarmos os ganhos até os dias de hoje, vale lembrar que a luta contra a discriminação e a violência prossegue.

Para termos mais elementos para seguir essas conversas, separamos alguns links de referência que podem contribuir para esse debate, além de apresentar 7 personalidades consideráveis quando o assunto é luta por direitos LGBTQIAP+.

Links de referência:

LGBTQIAP+: Confira livros, filmes e planos de aula para o debate na escola
Importante para compreender sobre identidade de gênero e orientação sexual em sala de aula. Além de ter professores e especialistas validando uma curadoria com materiais para o planejamento pedagógico, há explicações bem didáticas sobre alguns termos e sobre a sigla.

Planos de Aula – Igualdade de Gênero na Educação Básica
Bem legal para acessar e baixar planos de aula, sequências didáticas e projetos interdisciplinares gratuitos sobre igualdade de gênero.

Manual de Educação LGBTI+
Trata-se de uma manual voltado para profissionais de educação no Ensino Fundamental – Anos Finais (6º ao 9º ano) e no Ensino Médio. Foi concebido para contribuir com a diminuição do estigma, bullying, preconceito, discriminação, violência e evasão escolar que estudantes LGBTQIAP+ nessa faixa etária geralmente podem sofrer no meio educacional:

Mês do Orgulho na Educação: a trajetória e a luta de um professore LGBTQIAP+
Lucas Dantas, doutorande em Educação e professore de Gênero e Sexualidade, compartilha sua jornada e seus projetos para acolher pessoas LGBTQIAP+ na escola, além de ajudar na construção de conhecimento sobre as questões relacionadas às pautas dessa comunidade no espaço acadêmico.

Diretora escolar atua pelo respeito à diversidade
Nascida e criada na Zona Sul da capital, Paula Beatriz de Souza Cruz é o nome mais respeitado da E.E. Santa Rosa de Lima. Aos 42 anos e à frente da gestão da unidade, que atende cerca de 980 alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, desde 2005, Paula é a primeira mulher transexual a ocupar o cargo no Estado de São Paulo.

PERSONALIDADES:

Marsha P. Johnson: Uma ativista transgênero e drag queen que desempenhou um papel crucial nos Motins de Stonewall e na fundação da Frente de Libertação Gay.

Sylvia Rivera: Uma ativista transgênero e drag queen que, junto com Marsha P. Johnson, fundou a organização STAR (Street Transvestite Action Revolutionaries), lutando pelos direitos das pessoas jovens transgêneras e desabrigadas.

Harvey Milk: O primeiro homem abertamente gay a ser eleito para um cargo público nos Estados Unidos, tornando-se um ícone na luta pelos direitos civis.

Gilbert Baker: Designer, artista e ativista. Foi ele quem criou a icônica bandeira do arco-íris, símbolo internacional do orgulho LGBTQIAP+.

Claudia Wonder: Artista, cantora, atriz e ativista trans, Claudia foi uma figura importante na cena cultural e na luta pelos direitos das pessoas trans no Brasil. Ela usou sua arte como plataforma para discutir questões de gênero e sexualidade.

Laerte Coutinho: Uma das cartunistas mais respeitadas do Brasil, Laerte assumiu-se transgênero publicamente e tem sido uma voz importante na defesa dos direitos das pessoas trans. Sua obra aborda questões de identidade de gênero e sexualidade com sensibilidade e humor.

João Silvério Trevisan: Escritor, cineasta e ativista, Trevisan é cofundador do Grupo Somos, uma das primeiras organizações de defesa dos direitos LGBTQIAP+ no Brasil. Seu trabalho literário e cinematográfico aborda frequentemente temas relacionados à homossexualidade e à luta contra a discriminação.

Que possamos realmente acolher, aceitar e conviver com pessoas, independente da sua orientação sexual e identidade de gênero e fazer a busca por um mundo mais justo e inclusivo, algo cada vez mais tangível! Que celebremos as diversidades não apenas no dia do orgulho LGBTQIAP+ ou em outra data que se comemora outra diversidade, mas que lembremos sempre e sempre na construção de um espaço comum a todas as pessoas.