Micromundos, segundo Seymour Papert, são ambientes de aprendizagem interativos e construtivos que permitem aos usuários explorar, experimentar e desenvolver conhecimento de maneira prática e contextualizada. Esses ambientes simulam aspectos do mundo real ou imaginário em uma escala reduzida (micro – mundo), onde os aprendizes podem manipular elementos, observar os efeitos de suas ações e engajar-se em processos de descoberta e resolução de problemas. Papert, um dos pioneiros da educação construtivista, defendia que micromundos são espaços onde os alunos podem elaborar significados através da experimentação direta, promovendo um aprendizado profundo e significativo. Além de sua aplicação com a linguagem de programação Logo, a ideia de micromundos se estende a qualquer ambiente educativo que facilite a exploração ativa e a criação de conhecimento, valorizando a curiosidade, a criatividade e a autonomia dos aprendizes.
De acordo com Leo Burd em sua dissertação Desenvolvimento de Software para Atividades Educacionais (p. 72), “na educação construcionista, o educador não ensina; ele constrói micromundos, ou ambientes propícios para o aprendizado onde
- os novos conceitos sejam aprendidos através da construção de produtos significativos e de utilidade imediata para os aprendizes;
- os aprendizes possam explicitar idéias, executá-las e refletir sobre os conceitos e as estratégias adotadas;
- sejam usados materiais que, além de familiares e atraentes para o aprendiz, sejam representativos dos conceitos fundamentais do tópico sendo estudado;
- estes fundamentos sejam enfatizados por um tema e estejam ao alcance de serem manipulados direta ou indiretamente pelo aprendiz;
- o aprendiz possa seguir seu próprio ritmo e estilo; e
- onde o trabalho seja compartilhado, reconhecido e incentivado, genuinamente,pela comunidade.”